segunda-feira, 14 de outubro de 2013

FRACASSO DO RIO +20



Em termos de resultados efetivos o Rio +20 se comportou como um grande fracasso e vexame mundial. Muito foi discutido porem pouco foi posto em prática. A tão cobrada e discutida “economia verde” acabou deixada de lado em meio a outras discussões julgadas como mais importantes e essenciais. A questão de defesa dos pobres foi também outro assunto que gerou decepção de parte dos participantes, como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que esperava que o encontro adotasse medidas mais firmes para garantir que os mais pobres tivessem acesso à água, energia e alimentos. No entanto, sua emblemática iniciativa Energia Sustentável para Todos foi apenas citada no texto, ao invés de receber apoio enfático dos líderes.
Entre os diversos assuntos que saíram mal resolvidos durante os dias da reunião, a divisão entre o meio ambiente e a economia gerou grande insatisfação. A ganancia por parte das grandes potências, torna o desenvolvimento sustentável e voltado para a diminuição de danos ao meio inviável. Pensar no Brasil deixando de explorar o Pré-Sal, ou no Canadá, EUA, Rússia, Noruega e Dinamarca deixando de explorar o petróleo no Ártico é algo impraticável. Num mundo onde a sociedade de consumo dita o ritmo do desenvolvimento e as relações de poder são mais importantes que a conscientização ambiental é impossível praticar um desenvolvimento realmente sustentável.
A alternativa encontrada pra tirar o foco de assuntos de verdadeira importância durante o encontro foi concentrar as atenções para conteúdos de menor importância. Enquanto a preocupação deveria estar em diminuir a quantidade de gases prejudiciais à camada de ozônio, ou aqueles que acentuam os problemas do efeito estufa, soluções eram tomadas como a simples exclusão ou diminuição da utilização de sacolas plásticas de supermercado. Não podemos negar que este é um começo, mas algo muito pequeno em comparação a uma reunião da magnitude do Rio +20.
Mais um ponto que foi passível de indignação e fracasso diz respeito ao fato de não ter havido definição dos objetivos do desenvolvimento sustentável. Novamente definiram um processo para negociar os objetivos do desenvolvimento sustentável num prazo de dois a três anos. Mas não se estabeleceu nenhum parâmetro para essa negociação. Os mesmos impasses que estiveram presentes nas negociações dos objetivos da Rio+20 nos últimos dois anos continuam presentes.
A expectativa era realmente gigantesca e muito foi gasto neste encontro, US$ 150 milhões apenas para promovê-la. Dinheiro jogado fora. Teria sido mais bem utilizado na preservação de florestas. O documento final, aprovado por 193 países, é pífio. Como nenhum país, sobretudo os mais ricos, queria se comprometer com medidas de curto prazo, o texto sofreu tantos cortes, para não desagradar a ninguém, que desagradou até mesmo o Ban Ki-moon. Nada de concreto foi decidido, todos os compromissos pela sustentabilidade ficaram para depois. Acordou-se que, no ano que vem, serão definidos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Em 2014, a resolução de onde virão os recursos para financiá-los. E a partir de 2015 devem ser implementados.

TURMA:SP-M1-EC    UNIFACS 2013

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