Em termos de resultados efetivos o Rio
+20 se comportou como um grande fracasso e vexame mundial. Muito foi discutido
porem pouco foi posto em prática. A tão cobrada e discutida “economia verde”
acabou deixada de lado em meio a outras discussões julgadas como mais importantes
e essenciais. A questão de defesa dos pobres foi também outro assunto que gerou
decepção de parte dos participantes, como o
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que esperava que o encontro adotasse
medidas mais firmes para garantir que os mais pobres tivessem acesso à água,
energia e alimentos. No entanto, sua emblemática iniciativa Energia Sustentável
para Todos foi apenas citada no texto, ao invés de receber apoio enfático dos
líderes.
Entre os
diversos assuntos que saíram mal resolvidos durante os dias da reunião, a
divisão entre o meio ambiente e a economia gerou grande insatisfação. A
ganancia por parte das grandes potências, torna o desenvolvimento sustentável e
voltado para a diminuição de danos ao meio inviável. Pensar no Brasil deixando
de explorar o Pré-Sal, ou no Canadá, EUA, Rússia, Noruega e Dinamarca deixando
de explorar o petróleo no Ártico é algo impraticável. Num mundo onde a
sociedade de consumo dita o ritmo do desenvolvimento e as relações de poder são
mais importantes que a conscientização ambiental é impossível praticar um
desenvolvimento realmente sustentável.
A alternativa encontrada pra tirar o
foco de assuntos de verdadeira importância durante o encontro foi concentrar as
atenções para conteúdos de menor importância. Enquanto a preocupação deveria
estar em diminuir a quantidade de gases prejudiciais à camada de ozônio, ou
aqueles que acentuam os problemas do efeito estufa, soluções eram tomadas como
a simples exclusão ou diminuição da utilização de sacolas plásticas de supermercado.
Não podemos negar que este é um começo, mas algo muito pequeno em comparação a
uma reunião da magnitude do Rio +20.
Mais um ponto que foi passível de
indignação e fracasso diz respeito ao fato de não
ter havido definição dos objetivos do desenvolvimento
sustentável. Novamente definiram um processo para negociar os objetivos do
desenvolvimento sustentável num prazo de dois a três anos. Mas não se
estabeleceu nenhum parâmetro para essa negociação. Os mesmos impasses que
estiveram presentes nas negociações dos objetivos da Rio+20 nos últimos dois
anos continuam presentes.
A expectativa era realmente gigantesca
e muito foi gasto neste encontro, US$ 150 milhões
apenas para promovê-la. Dinheiro jogado fora. Teria sido mais bem utilizado na
preservação de florestas. O documento final, aprovado por 193 países, é pífio.
Como nenhum país, sobretudo os mais ricos, queria se comprometer com medidas de
curto prazo, o texto sofreu tantos cortes, para não desagradar a ninguém, que
desagradou até mesmo o Ban Ki-moon. Nada de concreto foi decidido, todos os
compromissos pela sustentabilidade ficaram para depois. Acordou-se que, no ano
que vem, serão definidos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Em 2014,
a resolução de onde virão os recursos para financiá-los. E a partir de 2015
devem ser implementados.
TURMA:SP-M1-EC UNIFACS 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário