RESÍDUOS SÓLIDOS

          Durante grande período da história a relação homem/natureza se estabeleceu de forma harmônica através de exploração e transformação dos recursos naturais, mas, diante da nova ordem econômica mundial motivada pelas inovações tecnológicas, o acelerado crescimento urbano e o consumo de produtos industrializados esta convivência ficou ameaçada diante da quantidade e a diversidade de lixo ABNT(Associação Brasileira de Normas Técnicas) a denominação resíduo sólido. Resíduo, do latim, significa o que sobra de determinadas substâncias. Numa definição direta e sucinta do lixo pode-se dizer que são materiais descartados que estão no lugar errado e na hora errada. Na maioria das vezes deixam de ter valor, sendo assim rejeitados por seu proprietário; no entanto, podem ter grande valor para outros.

          As palavras lixo e resíduos serão usadas com o mesmo significado. Ambas têm dimensão ambiental, econômica e social.

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1998, p.146).

            Costuma-se definir como lixo, todo resíduo sólido resultante da atividade das aglomerações humanas. Estes resíduos podem ser objetos que não mais possuem valor ou utilidade, porções de materiais se significação econômica, sobras de processamentos industriais ou domésticos a serem descartados.

No campo dos resíduos sólidos, um meio ambientalmente saudável significa compreender que essas dimensões acima citadas formam o tripé que escora o desenvolvimento sustentável. Ambientalmente ganha-se destaque a erradicação dos lixões nos municípios e implantar formas adequadas de tratamento e destinação final dos resíduos, socialmente, os catadores devem formar cooperativas e serem reconhecidos como parceiros privilegiados no sistema integrado de resíduos sólidos e na questão econômica, o incentivo à reciclagem e à reutilização dos materiais gerando trabalho e renda aos catadores. (CEMPRE, 2001).

2.1 TIPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

          Levando em consideração a definição do lixo ou resíduo sólido dada, anteriormente, ele têm uma composição extremamente variada, dependendo basicamente da natureza de sua fonte produtora. Além de suas origems, o lixo também varia qualitativamente e quantitativamente com as estações do ano, com as condições climáticas, hábitos e o padrão de vida da população, etc.

          Conforme informações extraídas do site Ambientebrasil (2007), os resíduos sólidos podem ser divididos em grupos: Lixo Doméstico, é aquele produzido nos domicílios residenciais. Compreende papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas e resíduos orgânicos, como restos de alimentos, trapos, folhas de plantas ornamentais e outros. Lixo Comercial e Industrial, é produzido em estabelecimentos comerciais e industriais, variando de acordo com a natureza da atividade. Restaurante e hóteis (produzem principalmente, restos de comidas, enquanto supermercados e lojas produzem embalagens), Escritórios (produzem grandes quantidades de pápeis, Lixo das indústrias apresenta uma fração que é praticamente comum aos demais: o lixo dos escritórios e os resíduos de limpeza de pátios e jardins; a parte principal, no entanto, compreende aparas de fabricação, rejetos, resíduos de processamento e outros que variam para cada tipo de indústria. Há os resíduos industriais especiais, como explosivos, inflamáveis e outros que são tóxicos e perigosos à saúde, mas estes constituem uma categoria à parte.

O Lixo Público, são os resíduos de variação, capina, raspagem, entre outros, provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças), bem como móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulhos de obras e outros materiais inúteis, deixados pela população, indevidamente, nas ruas ou retirados das residências através de  serviço de remoção especial. Lixo de Fontes Especiais, é aquele que, em função de determinadas características peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, como é o caso de alguns resíduos industriais, do lixo hospitalar e do radioativo.

De acordo do o Manual de Gerenciamento Integrado (1995), o lixo Hospitalar constituem os resíduos sépticos, ou seja aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, oriudos de locais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, posto de saúde, etc.

          A sujeira despejada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas, do ar e agravou as condições de saúde da população mundial. O volume do lixo tem crescido assustadoramente. E uma das soluções imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume e o consumo de produtos descartáveis, reutiliza-los e reciclá-los.

          Segundo Ibam (2001), a Prefeitura é responsável  pela gestão, operação e destinação final dos resíduos sólidos.Vale, entretanto, adiantar que um grande número de municípios regulamentou o setor através de Lei Orgânica, de um Regulamento de Limpeza Urbana ou de leis específicas, muitas delas já desatualizadas.

          Felizmente, para a Natureza e para o homem, os resíduos podem ser, em geral, reciclados e parcialmente utilizados, o que traz grandes benefícios à comunidade, como a proteção da saúde pública e a economia de divisas e de recursos naturais.

2.1.1 CENÁRIO DOS  RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL

          O Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos é um conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que a administração pública desenvolve (com base em critérios sanitários, ambientais e econômicos) para coletar, segregar, tratar e dispor o lixo(CEMPRE, 2000).      

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é uma das questões mais importantes no debate ambiental. Provoca o desafio de repensar e reconstruir, de maneira adequada, a relação que nós, sociedade, estabelecemos com o meio ambiente. O bem-estar das nossas cidades, principalmente no que se refere à qualidade ambiental, depende de como os governos e as comunidades enfrentam a questão do lixo. (CEMPRE, 2001).

          No Brasil, observa-se que a degradação do meio ambiente está relacionada com a pobreza nas cidades.  A geração de resíduos sólidos industriais no Brasil está em torno de 120,000 ton/dia, sendo que a estimativa dos órgãos de fiscalização ambiental competentes aponta para um índice inferior à 50% de tratamento adequado. Quanto aos resíduos sólidos urbanos a geração está próxima de 140,000 ton/dia, com cerca de 60% a 70% ainda sendo destinado a lixões. Um aspecto importante com relação ao lixo urbano é o elevado percentual de resíduos orgânicos presentes, em média 55% em peso. Este aspecto influi diretamente na questão da disposição final em aterros, pois dificulta bastante o seu gerenciamento, especialmente o tratamento do chorume – presente em grandes quantidades e de gases oriundos da decomposição da matéria orgânica.

O resíduo sólido urbano pode ser classificado como seco/inorgânico, composto por papéis, plásticos, metais, tecidos, vidros, madeiras, etc e o úmido/orgânico aquela composto por restos de comida, alimentos estragados, podas, cascas e bagaços de vegetais.

No Brasil, o lixo médio domiciliar urbano possui uma alta concentração de materiais orgânicos biodegradáveis ou compostáveis – 65 a 70% do total. Os materiais recicláveis compõem de 20 a 30% do peso total do lixo e na media das cidades eles são representados por 35% de papel/papelão, 15% de plástico e 8% de metal

TURMA: SP-M3-EC   UNIFACS 2013