RESUMO
No Brasil, cerca de 90% dos resíduos sólidos produzidos em um
canteiro de obra são passíveis de reciclagem e reutilização. A gestão de
resíduos se faz necessária para a redução da poluição emitida com a fabricação
de novos produtos, diminuição da
necessidade de áreas para aterro devido à redução do volume de resíduos a serem
depositados e preservação de recursos naturais com a substituição destes por
resíduos, prolongando a vida útil das reservas naturais e reduzindo o impacto
ambiental.
Palavras-chave:
Resíduos sólidos, Canteiro de obra, Reciclagem, Reutilização, Gestão de
resíduos.
INTRODUÇÃO
Os
resíduos produzidos pela construção civil representam 40 % de todo o resíduo produzido
pela atividade humana, tendo uma representatividade de 0.,40 à 0,50 t/hab.ano,
sendo este valor igual ou superior à massa de lixo urbano. Sendo que na maioria
das vezes esse entulho é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais
como terrenos baldios, margens de rios e ruas da periferia.
Os
resíduos da construção civil (RCC) são os materiais rejeitados utilizados na
execução das etapas de obras.
“são os provenientes de
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente
chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha” (CONAMA – resolução 307, de
5 de julho de 2002)
Diversos
são os impactos causados pelo RCC no meio urbano podendo gerar problemas de
saúde pública e diminuição dos recursos naturais. Por isso o CONAMA obriga as
obras a terem uma correta segregação, classificação e destinação finais dos
dejetos, e que o poder público municipal e os geradores tenham responsabilidade
sobre à sua disposição final. Quando o gerador é pequeno, sendo este o que gera
menos de 50kg/dia, toda a logística da saída dos dejetos da obra ate a sua
destinação final é de responsabilidade da limpeza urbana municipal.
O
CONAMA fez uma classificação dos resíduos da construção civil, sendo a
classificação a seguinte:
· Classe
A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados;
· Classe
B: resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel,
papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;
· Classe
C: Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem;
· Classe
D: resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas,
solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições,
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros,
como telhas e demais;
A
argamassa, o concreto e material cerâmico correspondem a mais de 60% do total
de resíduos gerados, seguidos pelas rochas e solos.
A
reciclagem e reutilização dos RCC possibilita uma redução no consumo de
recursos naturais, no consumo de energia, da poluição e de áreas para aterro. Para
que se consiga uma máxima reciclagem dos RCC é preciso que seja feita uma boa
triagem. Para isso foi desenvolvido cores diferentes para cada recipiente
correspondente a um resíduo, como podemos ver na tabela abaixo.
Algumas
sugestões para a reciclagem ou reutilização dos RCC são:
· Vidro:
pode ser reciclado em novo vidro ou fibra de vidro;
· Papel,
papelão, plástico de embalagens e metais: podem ser doados para cooperativas de
catadores;
· Telha:
usada para fabricação de bloco de pavimentação e para adições na fabricação de
asfalto;
· Resíduos
de alvenaria, tijolos, cerâmicas e pedras: podem ser utilizados na produção de
concretos e de concretos especiais, para a massa de fabricação de tijolos, a
parte fina pode ser utilizada como material de enchimento;
· Madeira:
pode ser utilizada na obra e caso esteja danificada pode ser triturada e usada
na fabricação de papel, papelão ou combustível;
· Sacos
de cimento: devem retornar à fábrica para utilização como combustível na
produção de cimento;
· Concreto:
pode ser reutilizado na fabricação de novos concretos, tijolos e tubos de
concreto;
· Gesso:
pode ser reciclado para produção de novo gesso ou reutilizados na agricultura,
secagem do lodo de esgoto, controlar odores em estábulos;
· Aço:
este resíduo é 100% reciclável;
A
reutilização desses resíduos é uma prática que vem sendo incorporada pela
construção civil nos últimos anos, ainda que o percentual de reciclagem no Brasil
seja muito baixo, menos de 5% dos 65 milhões de toneladas de resíduos geradas
anualmente.
Muitos
países desenvolvidos tecnologicamente na área de construção civil já prática a
reutilização dos RCC em suas obras diminuindo os impactos no meio ambiente e os
custos das construções. No Brasil algumas obras utilizaram e devem utilizar
essa tecnologia, e em especial na Bahia temos o caso do estádio Arena Fonte
Nova, o qual foi demolido e todo o RCC produzido foi reutilizado na construção
do novo estádio. Grandes projetos nacionais como o Minha Casa Minha Vida, Copa
2014 e as Olimpíadas 2016 devem fazer uso dessa tecnologia.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A importância dessa pesquisa está
em debater a segregação, condicionamento e disposição final qualificada dos resíduos,
que ainda não são realizados de forma adequada e integrada às atividades
produtivas do canteiro de obras. Desta maneira, podem-se conscientizar os
construtores de que através de alterações nos sistemas construtivos existentes
há condições de diminuição da geração de resíduos.
Acreditando que as
empresas que escolhem Implantar a Gestão de Resíduos adotando uma nova postura
gerencial em suas atividades diárias, tornam-se empresas mais produtivas e com
maior competitividade. Havendo uma melhora significativa da organização e
limpeza dos canteiros, redução das perdas e dos riscos de acidente de trabalho,
segregando-se os resíduos e destinando-os de forma a possibilitar a reciclagem
ou o condicionamento adequado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos
sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004. 71p.
CONAMA -
Conselho Nacional do Meio Ambiente (2002). Resolução
Nº 307, de 5 de julho de 2002. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional
de Habitação. Publicada no Diário Oficial da União em 17/07/2002.
TURMA: SP-V1-EC UNIFACS 2013
A construção civil é uma das mais importantes atividade de desenvolvimento e social, mas por outro lado, é grande geradora de impactos ambientais, com degradação e a fragmentação de ambientes naturais. Seja pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos, "o grande desafio" é o que realmente vai fazer a diferença. Conciliar uma atividade produtiva (sendo esta de tamanha magnitude) com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável consciente, menos agressivo ao meio ambiente requer grandes mudanças culturais e ampla conscientização.
ResponderExcluirTrata-se de tratar as questões ambientais de forma pró-ativa e abrangente, buscando soluções que permeiem toda a cadeia produtiva do setor. Como, Desenvolver pesquisas com universidades, promover seminários, participar de fóruns para discussão e elaboração de legislações e normas técnicas, promover cursos e programas de capacitação sobre temas relacionados ao desenvolvimento sustentável.
Envolver a todos nesse desafio. Promovendo ações em parcerias com Comitê de Meio Ambiente, Sindicato das Indústrias e Construção Civil, Comitê de Meio Ambiente, Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil e os demais que já envolvidos efetivamente na área em questão. Criando resoluções que se estabeleça diretrizes, critérios e procedimentos para a Gestão dos Resíduos da Construção Civil, criando responsabilidades para a cadeia gerador / transportador / receptor / municípios / estado.