terça-feira, 15 de outubro de 2013

“Até que ponto e de que forma a arquitetura contribui na busca por uma sociedade

sustentável? Entende-se como desenvolvimento sustentável, aquele capaz de atender às

necessidades das atuais gerações sem comprometer os direitos das futuras gerações. As

questões ambientais e escassez de recursos energéticos fazem parte desse discurso; é

na forma como arquitetos e engenheiros se inter-relacionam com esses temas que se dá a

contribuição da arquitetura na sustentabilidade.”

Pela citação acima, entendemos o que significa “desenvolvimento sustentável”.

Vemos também que na visão do autor, fatores relacionados ao meio ambiente a à

recursos para captação de energia estão intimamente ligados à arquitetura, e isso

é verdade. A construção civil envolve múltiplos processos relacionados ao meio

ambiente, desde a escolha do local da obra, como os primeiros pensamentos e

traçados de um arquiteto para aquele local, visando sua futura utilização.

Nisto, não estamos falando ainda da escolha dos materiais a serem utilizados, forma

de captação de águas de chuva, aproveitamento solar e movimentação de terra

necessária à construção.

É papel do arquiteto pensar de maneira sustentável elaborando projetos

energeticamente eficientes, considerando cada local como diretriz de uma

construção única, com um clima e iluminação específico. Cada lugar sugere a

melhor adaptação da construção, basta saber olhar.

Além deste ponto básico relacionado à implantação, cabe ao arquiteto prever áreas

permeáveis, sistemas de captação de água e iluminação, além dos materiais a

serem utilizados na construção, desde a escolha do tipo de estrutura, como matérias

para fechamento da construção e revestimento.

Como exemplos de escolhas racionais, podemos citar o aproveitamento de tijolos

feitos na região, o que está relacionado à movimentação da economia local e

também ao menor gasto com transporte, o que diminui não só as perdas comuns

ao material, mas também a emissão de poluentes atmosféricos, uma das maiores

causas do efeito estufa do planeta.

Outro fator ligado à arquitetura sustentável é a utilização de brises. Os brises

são como uma persiana para utilização no lado exterior da fachada, porém mais

estrutural e elaborada. Em uma cidade como Salvador, onde a iluminação e calor é

fator presente o ano todo, a utilização de brises na fachada das construções permite

o controle da entrada da iluminação e da temperatura interna da edificação, pois

barra o acesso direto dos raios solares à fachada, porém não barra o acesso dos

ventos dominantes, permitindo a aplicação de um sistema de ventilação cruzado.



Quando falamos de sustentabilidade em arquitetura, não podemos segrega-la do

urbanismo. O urbanismo, em linhas gerais, estuda a cidade, e a arquitetura é parte

dominante na caracterização de uma cidade.

“O Urbanismo é considerado como uma ciência que nasceu no final do século

XIX, para o estudo, a organização e intervenção no espaço urbano, como prática

das transformações necessárias à realidade caótica das condições de habitação e

salubridade em que viviam os habitantes de grandes cidades europeias, na época

da revolução industrial.” (BONNET CORRERA, 1989)

O urbanismo surge para melhorar a condição humana em ralação ao local onde

vive, em maior escala, ou seja, melhorar a cidade. Sua origem está relacionada

tanto à arquitetura, quanto à medicina. E sua intenção é promover a utilização do

espaço de maneira saudável. Hoje em dia não podemos segregar do planejamento

urbano de uma cidade fatores de desenvolvimento sustentável, afinal, estes fatores

estão intimamente ligados à qualidade de vida dos habitantes.

Os congestionamentos, por exemplo, não só relacionam-se com a emissão

de gases causadores do efeito estufa, como também à doenças respiratórias

aumentando o índice de câncer de pulmão da população mundial. Por isso deve ser

incluído ao planejamento de uma cidade anéis viários – visando a diminuição dos

congestionamentos, além de avenidas bulevares, extremamente arborizadas.

Ligado ao planejamento urbano sustentável, também é fator básico a utilização

do transporte público. Prever locais para rodagem de bicicletas, além de

transportes como metrô e trens urbanos, e pistas exclusivas para ônibus. Áreas

verdes permeáveis, praças e parques também são necessários como ações de

desenvolvimento sustentável.

A associação de um urbanismo e da arquitetura sustentável, dá-se quando

pensamos em cada um de maneira pontual inicialmente, e de maneira englobada

antes de sua execução. É como se precisássemos pensar no mínimo, e inseri-lo em

uma visão macro adaptando-o ao local, ao seu entorno imediato, e à cidade, sempre

pensando no ambiente necessário para melhor aproveitamento da população.

Todos estes sistemas, tanto construtivos quanto os fatores de conforto ambiental e

inserção na cidade, agregados a outras tantas tecnologias que são desenvolvidas

diariamente pelo mundo, transformam a construção civil e as edificações em locais

mais sustentáveis, proporcionando melhor qualidade de vida ao habitantes e

usuários, e um mundo menos poluído para as futuras gerações.

REFERENCIAS

MEIRIÑO, Marcelo J. Arquitetura e sustentabilidade. Disponível em: <http://

www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.047/595>. Acessado em: 23 set.

2013.

COSTA, Suerda Campos da; SCOCUGLIA, Jovanka Baracuhy Cavalcanti.

Diretrizes de sustentabilidade na arquitetura. Disponível em: <http://

www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.098/127>. Acessado em: 23 set.

2013.

DEMANTOVA, Graziella. Sustentabilidade e o futuro das cidades. Disponível em:

<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.150/4574>. Acessado em:

23 de set. 2013.

IGOR MAIA

LUCAS LODDO

MARCELA PORTELA

NATÁLIA GUALBERTO

Nenhum comentário:

Postar um comentário