“Até que ponto e de que forma a arquitetura contribui na busca por uma sociedade
sustentável? Entende-se como desenvolvimento sustentável, aquele capaz de atender às
necessidades das atuais gerações sem comprometer os direitos das futuras gerações. As
questões ambientais e escassez de recursos energéticos fazem parte desse discurso; é
na forma como arquitetos e engenheiros se inter-relacionam com esses temas que se dá a
contribuição da arquitetura na sustentabilidade.”
Pela citação acima, entendemos o que significa “desenvolvimento sustentável”.
Vemos também que na visão do autor, fatores relacionados ao meio ambiente a à
recursos para captação de energia estão intimamente ligados à arquitetura, e isso
é verdade. A construção civil envolve múltiplos processos relacionados ao meio
ambiente, desde a escolha do local da obra, como os primeiros pensamentos e
traçados de um arquiteto para aquele local, visando sua futura utilização.
Nisto, não estamos falando ainda da escolha dos materiais a serem utilizados, forma
de captação de águas de chuva, aproveitamento solar e movimentação de terra
necessária à construção.
É papel do arquiteto pensar de maneira sustentável elaborando projetos
energeticamente eficientes, considerando cada local como diretriz de uma
construção única, com um clima e iluminação específico. Cada lugar sugere a
melhor adaptação da construção, basta saber olhar.
Além deste ponto básico relacionado à implantação, cabe ao arquiteto prever áreas
permeáveis, sistemas de captação de água e iluminação, além dos materiais a
serem utilizados na construção, desde a escolha do tipo de estrutura, como matérias
para fechamento da construção e revestimento.
Como exemplos de escolhas racionais, podemos citar o aproveitamento de tijolos
feitos na região, o que está relacionado à movimentação da economia local e
também ao menor gasto com transporte, o que diminui não só as perdas comuns
ao material, mas também a emissão de poluentes atmosféricos, uma das maiores
causas do efeito estufa do planeta.
Outro fator ligado à arquitetura sustentável é a utilização de brises. Os brises
são como uma persiana para utilização no lado exterior da fachada, porém mais
estrutural e elaborada. Em uma cidade como Salvador, onde a iluminação e calor é
fator presente o ano todo, a utilização de brises na fachada das construções permite
o controle da entrada da iluminação e da temperatura interna da edificação, pois
barra o acesso direto dos raios solares à fachada, porém não barra o acesso dos
ventos dominantes, permitindo a aplicação de um sistema de ventilação cruzado.
Quando falamos de sustentabilidade em arquitetura, não podemos segrega-la do
urbanismo. O urbanismo, em linhas gerais, estuda a cidade, e a arquitetura é parte
dominante na caracterização de uma cidade.
“O Urbanismo é considerado como uma ciência que nasceu no final do século
XIX, para o estudo, a organização e intervenção no espaço urbano, como prática
das transformações necessárias à realidade caótica das condições de habitação e
salubridade em que viviam os habitantes de grandes cidades europeias, na época
da revolução industrial.” (BONNET CORRERA, 1989)
O urbanismo surge para melhorar a condição humana em ralação ao local onde
vive, em maior escala, ou seja, melhorar a cidade. Sua origem está relacionada
tanto à arquitetura, quanto à medicina. E sua intenção é promover a utilização do
espaço de maneira saudável. Hoje em dia não podemos segregar do planejamento
urbano de uma cidade fatores de desenvolvimento sustentável, afinal, estes fatores
estão intimamente ligados à qualidade de vida dos habitantes.
Os congestionamentos, por exemplo, não só relacionam-se com a emissão
de gases causadores do efeito estufa, como também à doenças respiratórias
aumentando o índice de câncer de pulmão da população mundial. Por isso deve ser
incluído ao planejamento de uma cidade anéis viários – visando a diminuição dos
congestionamentos, além de avenidas bulevares, extremamente arborizadas.
Ligado ao planejamento urbano sustentável, também é fator básico a utilização
do transporte público. Prever locais para rodagem de bicicletas, além de
transportes como metrô e trens urbanos, e pistas exclusivas para ônibus. Áreas
verdes permeáveis, praças e parques também são necessários como ações de
desenvolvimento sustentável.
A associação de um urbanismo e da arquitetura sustentável, dá-se quando
pensamos em cada um de maneira pontual inicialmente, e de maneira englobada
antes de sua execução. É como se precisássemos pensar no mínimo, e inseri-lo em
uma visão macro adaptando-o ao local, ao seu entorno imediato, e à cidade, sempre
pensando no ambiente necessário para melhor aproveitamento da população.
Todos estes sistemas, tanto construtivos quanto os fatores de conforto ambiental e
inserção na cidade, agregados a outras tantas tecnologias que são desenvolvidas
diariamente pelo mundo, transformam a construção civil e as edificações em locais
mais sustentáveis, proporcionando melhor qualidade de vida ao habitantes e
usuários, e um mundo menos poluído para as futuras gerações.
REFERENCIAS
MEIRIÑO, Marcelo J. Arquitetura e sustentabilidade. Disponível em: <http://
www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.047/595>. Acessado em: 23 set.
2013.
COSTA, Suerda Campos da; SCOCUGLIA, Jovanka Baracuhy Cavalcanti.
Diretrizes de sustentabilidade na arquitetura. Disponível em: <http://
www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.098/127>. Acessado em: 23 set.
2013.
DEMANTOVA, Graziella. Sustentabilidade e o futuro das cidades. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.150/4574>. Acessado em:
23 de set. 2013.
IGOR MAIA
LUCAS LODDO
MARCELA PORTELA
NATÁLIA GUALBERTO
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