ANÁLISE CRÍTICA
ARTIGO ARQUITETURA SUSTENTÁVEL: UMA INTEGRAÇÃO ENTRE AMBIENTE,
PROJETO E TECNOLOGIA EM EXPERIENCIAS DE PESQUISA, PRÁTICA E ENSINO.
JOANA CARLA SOARES GONÇALVES
O tema de arquitetura sustentável começou a se desenvolver a partir dos anos
de 1987, por Brundtland Report, definido como sendo aquela que atende as
necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades
das gerações futuras. A partir desse conceito vários conferencias e reuniões
mundiais foram realizadas, a fim de firmar protocolos, rever as metas e
elaborar mecanismos para o desenvolvimento sustentável.
Em meados do final do ano de 1980, as questões de sustentabilidade foram
introduzidas no campo da arquitetura e do urbanismo internacional, trazendo
novos paradigmas, com destaque para o contexto europeu.
Essas indagações ambientais passaram a ser questionadas e discutidas, após
um alerta das consequências de uma crise energética de dimensões mundiais
gerado pelo consumo da energia de base fóssil, em conjunto com crescimento
populacional e das cidades e suas demandas por todos os tipos de recursos. A
partir da década de 70, o tema evoluiu para outros aspectos, como os impactos
ambientais da construção, gerado pelos processos de industrialização dos
materiais e a busca por sistemas prediais mais eficientes.
A arquitetura sustentável vem se destacando nas áreas de pesquisa, prática
e critica em vários centros de excelência. Todo esse estudo envolve questões
desde ordem técnica, como os avanços sobre os modelos de ciclo de vida
útil de materiais e componentes da construção, como também outras de
ordem prática visando menor impacto ambiental. Mas é um cenário ainda
muito distante da realidade brasileira. Hoje os principais países do mundo que
que tem abordado o tema arquitetura sustentável, são alguns estados norte-
americanos, países europeus (com destaque para Inglaterra, Alemanha e os
De acordo com o artigo, um projeto arquitetônico com algum tipo de qualidade
ambiental, deve incluir os estudos de orientação solar, dos ventos, da forma,
arranjo espacial, zoneamento, geometria dos espaços internos, condicionantes
ambientais, entorno imediato, materiais (considerando sua produção,
desempenho térmico, e cores) e tratamento de fachadas e coberturas.
Todos esses aspectos em conjunto adequados ao contexto de intervenção,
englobando fatores socioeconômicos, culturais e ambientais. Todos esses
aspectos do projeto vistos em conjunto exercem um impacto no desempenho
térmico do edifício, por terem um papel determinante no uso de estratégias
de ventilação natural, reflexão da radiação solar direta, sombreamento,
resfriamento evaporativo, isolamento térmico, inércia térmica e aquecimento
Mas é importante lembrar que as necessidades humanas e usos, além das
condições ambientais locais, que irão determinar o grau de independência de
um edifício em relação aos sistemas ativos de climatização.
Essa nova arquitetura de baixo impacto ambiental não podemos considerar
como um movimento isolado, pois pode ser encontrada tanto na arquitetura
vernacular das mais variadas culturas como em muitos exemplos do
modernismo e, ainda, na arquitetura mais recente, rotulada como high-tech ou
Durante o período 1930 a 1960, a arquitetura modernista brasileira mostrou
características bioclimáticas, das quais se pode destacar o emprego de quebra-
sóis e cobogós. Entre importantes arquitetos brasileiros atuantes desse
período, Lúcio Costa foi um dos que cumpriu um papel exemplar na educação
e na prática arquitetônica, na medida em que ressaltava a importância da
compreensão das condições climáticas e da geometria solar para concepção
de projetos. Além disso, todo esse interesse era vinculado à influência
corbusiana e às consequentes intenções estéticas. Em um estudo realizado,
e muitos casos, percebeu-se que elementos como quebra-sóis, claraboias e
aberturas para a ventilação natural não foram exatamente projetados para o
conforto ambiental, e sim por preocupações formais.
A arquitetura brasileira, vem cada vez mais se destacando no cenário atual
de modelos ecológicos, apesar da dificuldade dos indicadores (como o
BREEAM e LEED, desenvolvidos no início da década de 90) de definirem o
que é sustentabilidade, ou de definir critérios para certificação. Por trabalhar
com padrões de desempenho, esses sistemas de indicadores, bem como os
edifícios certificados são reavaliados a cada dois anos.
O artigo destaca que, atualmente o mais importante é que as escolas de
arquitetura estimulem a evolução de métodos e técnicas para interface
entre projeto e as variáveis ambientais tendem a transformar esse cenário
futuramente. Provavelmente, a criação de arquétipos de arquitetura ecológica,
exige cada vez mais uma relação entre pesquisa, prática e ensino, para isso
é necessário que o projetista esteja acostumado com as questões de conforto
ambiental. Do grupo de arquitetos atuantes no cenário nacional hoje, vale
ressaltar o trabalho desenvolvido por João Filgueiras Lima, Lelé, em que a
economia, a industrialização, a racionalização, conforto ambiental e a eficiência
energética inspiram o aprimoramento de sua arquitetura, presente em quase
Portanto, a arquitetura vai ao encontro dos padrões de sustentabilidade, visto
que além de não ter conceitos pré-estabelecidos ou limites que restrinja ou
impeça sua aplicação à qualquer tipologia, determina modelos que vão além da
estética e do conforto, como sua implantação e principalmente adequação ao
ALUNO: FERNANDO DE SOUZA FERNANDES
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